A criança pequena gosta de imitar tudo que os adultos fazem. Começa pelos gestos, pelos sons, e também é assim que começa a falar. Portanto é muito importante que os pais conversem com seus filhos, mesmo que achem que eles não podem compreendê-los e também que valorizem suas vocalizações. É ouvindo a conversa dos adultos e tentando imitar os sons que, aos poucos, a criança vai entendendo os mecanismos da linguagem.
As atitudes produzidas, mesmo de forma não intencional, devem ser interpretadas pelos pais e sendo transformadas em palavras, para que a criança associe os gestos e objetos aos seus sons.
Dessa forma, o adulto é capaz de atribuir um significado ao comportamento da criança
e responder a ela mostrando que certos comportamentos produzem determinados resultados. A criança percebe que quando ela chora ou grita, a mãe aparece; quando aponta um objeto, alguém o entrega a ela; quando faz um som qualquer, é correspondido com um sorriso e palavras afetivas.
Com o tempo, deve-se lembrar que não se pode interpretar todo e qualquer gesto ou som. Quando os pais, ao menor esforço da criança, atendem a todos os seus pedidos,
ela não precisa se esforçar para aprimorar sua forma de comunicar. Deve-se então criar necessidades de mudança, que propiciem o desenvolvimento.
Se somente ao apontar a criança recebe o objeto que deseja, porque ela irá pedir com palavras? Se ao gritar a mãe adivinha o que ela quer, porque irá explicar? Se pede “papa” e todos entendem, qual a necessidade de aprender a falar “comida”?
É preciso estimular para que a criança se sinta valorizada e compreendida, porém deixar espaço para que ela não sinta que sua comunicação está completa. Dessa forma, ela
será capaz de criar cada vez mais e melhores estratégias para se fazer entender.
Assim, quando menos esperarem, ela já saberá utilizar e diferenciar as palavras na sua própria fala, da mesma forma que já as reconhece e discrimina quando as ouve na fala dos outros.
Porém, há certos problemas psiquiátricos, psicológicos, neurológicos ou fonoaudiológicos que bloqueiam ou impedem a criança de começar a falar. O tempo de desenvolvimento normal pode variar de uma criança para outra, porém se for ultrapassada essa margem de diferença individual, vale a pena procurar uma orientação com profissionais qualificados, que irão indicar o melhor tratamento para o desenvolvimento de seu filho.